quarta-feira, 24 de agosto de 2011

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Berçário - maternal

Creche - Será que está na hora?

É, este é mesmo um momento difícil, principalmente para papais de primeira viagem!

Penso que não há uma hora exata, uma idade ideal para o bebê ir à creche. Isto dependerá demais da demanda da família, da necessidade desta. O importante é que não seja uma decisão precipitada e de última hora, com a mãe já prestes a voltar as suas atividades fora de casa.

A escolha da creche deveria ser realmente uma opção dentre outras alternativas. Quero dizer com isto que a creche não pode ser usada como escolha para a falta de "coisa melhor". Se assim for, haverá pouca chance de dar certo.

A creche é sem dúvida uma opção com seus prós e contras. Deverá ser um espaço profissional de lazer, cuidados físicos e emocionais, desenvolvimento e socialização para a criança. Os pais deverão encontrar a sua creche, ou seja, o espaço que melhor lhes dê o sentimento de acolhida, aquele com o qual eles mais se identifiquem, que mais tenha "a sua cara". Enfim, aquele lugar e aqueles profissionais com as quais, eles -os pais- tenham vontade de estar.

A creche há que ser uma parceira na criação de nossos tesourinhos e nunca uma rival, uma competidora por quem faz mais ou melhor pela criança e isto só 'será possível se esta escolha for realmente uma opção consciente e feliz.

Se a opção pela creche te trouxer sentimentos de pena do filho, abandono ou algo assim, pare e pense, reveja seus conceitos sobre o que é uma creche. Veja se o nome te remete à orfanato ou algo parecido. Visite mais creches, observe o movimento das crianças, os adultos que nela estiverem. Marque mais entrevistas com pedagogas, psicólogas e donos das creches visitadas.

Faça de tudo mas não deixe seu filho na creche se não conseguir enxergá-la como um lugar capaz de dar afeto, alegria, saúde e desenvolvimento ao seu bebê. Tem que ser um ganho!

Assim, quando os "contras" surgirem (e surgirão já que nada é perfeito... nem mesmo você...), será mais fácil de aturá-los e administrá-los. Ao entrar para a creche seu bebê certamente já estará iniciando o desmame, entrando em contato com muito mais crianças e adultos, saindo mais, etc. Todos estes, são fatos que poderão resultar num número maior de viroses para o bebê. Este será um período de adaptação ao mundo em todos os sentidos, inclusive no imunológico.

Se vocês já não estiverem certos dos benefícios que a creche pode trazer como opção para a criança, esta questão imediatamente servirá para abalar de vez sua estrutura e confiança em sua opção.

Veja também se seu pediatra é ferrenhamente contrário à creches. Há os que são!

Bancar esta escolha contrariando seu pediatra, requererá muita coragem, convicção e revisão de valores que podem até mesmo resultar na mudança do médico ou da sua opção.

O quase impossível será bancar os dois. Visite creches, muitas se possível. Vá com seu filho e com seu companheiro ; Converse com os profissionais ; Volte para ver de novo ; Veja se a higiene do local te agrada ; Se os funcionários aparentam estar alegres e em paz ; Se as crianças estão felizes (um chorinho esporádico faz parte, não seja radical(!), afinal em casa elas também choram) ; e se parece haver uma razoável relação entre o número de funcionários e o de crianças. Enfim, faça tudo com calma, planeje tempo para fazer junto ao bebê uma boa adaptação... e boa sorte ! Se ao final for esta a sua opção, curta muito esta nova aliada nos cuidados do seu filhote.

Dra. Ana-Heloisa Gama

domingo, 21 de agosto de 2011

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Este é um dilema que muitas mamães estão vivendo ou já viveram. A realidade hoje é diferente, com muito esforço a mulher conquistou sua independência e, para se firmar ou até mesmo conseguir um emprego, é necessário muita preserverança.

Se a mulher optar por parar de trabalhar e cuidar do filho em casa, precisa estar ciente que enfrentará dificuldades para retornar para o mercado de trabalho. Mas há tantas situações diferentes, não é mesmo?

Há aquela mulher que é empresária e tem mais autonomia para organizar seus horários. Há aquela que trabalha cinco horas por dia e pode passar o restante com o filho.

Primeiramente é preciso ver as possibilidades da família. Se for mãe solteira, quem é que vai arcar com os gastos mensais? Se for casada, seu marido ganha o suficiente para sustentá-los e apóia qualquer que seja a sua decisão?

Supondo que o segundo caso seja mais parecido com o seu e que seu marido receba uma boa renda mensal e te apoie, precisará decidir o que fazer: devo deixar meu filho na creche ou não?

Vamos a algumas reflexos

- Você está disposta a deixar a sua carreira profissional e depois não culpar seu filho por isso?

- Para a mãe que decidiu continuar trabalhando existem algumas opções, como a ajuda dos avós – que na maioria das vezes se oferecem espontaneamente -, a contratação de uma babá, a creche, berçário, escolinha.

- Se a escolha for levar a criança à creche, é preciso tomar cuidado para que essa decisão não coincida com o desmame. Se a mãe estiver amamentando, seria bom fazer isso logo cedo, na hora do almoço e a tarde voltar à creche para mais amamentações, proseguindo em casa. O aleitamento materno é muito importante, é o diálogo da mãe com a criança, e por isso deve ser feito com calma e amor.

- Para escolher e confiar no lugar onde deixará a criança, é necessário fazer visitas em horários variados para observar como é o tratamento dado a elas, conversar com pais de outras crianças, fazer uma séria investigação a respeito. Se a criança já fala, é bom perguntar como tem sido o tratamento na escolinha.

- Em casa ser uma mãe presente e amorosa, paciente e coerente, acolhendo bem esse filho sem mimá-lo. Muitas mães se sentem
culpadas por deixar o filho na creche e
acabam por deixá-lo fazer o que quer quando
estão juntos. Isso não é educar.

Educar é amar, conversar, acolher e também colocar regras e limites.

Para aquela mãe que decidiu não colocar o filho na creche, a orientação é ser uma boa mãe (juntamente com um bom pai ou cuidador), carinhosa e amorosa. Quando coloco assim não quero dizer que você deve ser uma mãe “boba”, aquela que faz o filho de “gato e sapato”. Não!

Ser uma mãe carinhosa e amorosa significa cuidar do filho usando a intuição materna. Afinal, quem conhece um filho mais do que a mãe?

Ele passou, se tudo ocorreu normalmente, nove meses dentro do seu ventre. Foi você quem o sentiu mexer pela primeira vez, sentiu sua calmaria, sua agitação. E ele conhece mais ainda sua mamãe, pois participou de tudo que ela sentiu durante a gestação, ouviu sua voz, seus batimentos cardíacos, momentos de ansiedade, momentos tranquilos, tudo.

Cuidar do filho em casa é estar presente em todos os momentos que são importantes para ele nos primeiros anos, como dar banho, amamentar, alimentar, trocar fraldas, levar para tomar sol, para passear e por aí vai…

No momento da amamentação, o ideal é que fique somente a mamãe e o bebê, para que a criança se sinta única e amada e para que você e ele possam sentir confiança mútua e se conhecerem cada vez mais. E se por algum motivo a mãe não puder amamentar, pode ter o mesmo carinho e cuidado usando a mamadeira.

A decisão de levar a criança à creche, berçário ou escolinha deve ser no sentido de acrescentar conhecimentos e experiência de convívio social, e não de transferir a responsabilidade de educar o filho. A educação, o amor, a compreensão, e os ensinamentos para um bom caráter devem ser ensinados em casa pelos pais, caso contrário a creche poderá ser uma experiência negativa.

Mariana Girotto Rodrigues Pizza
Psicóloga
mariana_girotto@yahoo.com.br